Estamos acostumados com os problemas de visão mais populares que prejudicam a qualidade de vida, mas que, geralmente, são facilmente solucionados com uso de óculos, lentes de contato ou procedimentos cirúrgicos modernos, bastante eficazes e seguros.
No entanto, existem doenças que modificam a estrutura do globo ocular e acometem de 1% a 2% dos brasileiros. É o caso do ceratocone, você já ouviu falar desse problema?
Trata-se de uma doença que atinge a córnea e pode ser evitada, pois apesar de ser uma doença hereditária, depende de alguns estímulos e fatores para ser desencadeada.
A ceratocone é uma doença que atinge diretamente a córnea, fazendo com que ela fique curvada para frente, deixando-a com o aspecto semelhante a de um cone.
Para entender melhor, a córnea é uma estrutura, a córnea é uma estrutura transparente que pode ser comparada ao vidro de proteção de um relógio. Ela é responsável por proteger o olho de substâncias nocivas, como poeira e ciscos, além de regular a entrada de luz que é projetada na retina.
No dia a dia, a ceratocone pode prejudicar a visão nos dois olhos, mas com níveis diferentes de deturpação da visão. Fato que a torna um problema assimétrico e bilateral.
O principal sintoma é a pessoa começar a enxergar tudo distorcido. Por ter sintomas parecidos com astigmatismo e miopia, às vezes pode haver confusão na identificação.
No entanto, quando a visão é acometida pelo ceratocone, o sintoma de enxergar com distorção não acaba mesmo utilizando óculos.
Caso não seja tratada, a ceratocone é uma doença progressiva que vai piorando com o tempo.
A ceratocone normalmente acomete crianças e adolescentes. Sua progressão até o formato de cone é lenta, mas pode se prolongar até os 35 anos de idade até estabilizar.
Trata-se de uma doença que ainda não tem suas causas de origem bem determinadas, mas sabe-se que os fatores genéticos e também ambientais têm influência no desenvolvimento da doença.
A principal causa é o hábito de coçar os olhos, que com o tempo, faz com que a região central do olho fique mais fina e enfraquecida, permitindo que o mesmo se desenvolva no formato de cone.
Entre os sintomas estão visão desfocada e sensibilidade à luz, que podem ser confundidos com doenças como o astigmatismo. Outros sintomas são:
Sabe-se que o trauma contínuo de esfregar os olhos com frequência fragiliza e rompe as fibras que mantém a córnea estável. Um processo que vai ocorrendo gradativamente de acordo com a frequência que a pessoa coça ou esfrega os olhos.
Por isso, é importante evitar ou eliminar o que causa a vontade de coçar os olhos, seja por meio de remédios para crises alérgicas ou até mesmo com uso de colírio.
Estima-se que 1% a 5% possui defeitos no gene, tornando-os propensos a desenvolver ceratocone. No entanto, nem todas as pessoas com essa predisposição no DNA vão desenvolver a doença, sobretudo porque o ceratocone também depende dos estímulos externos citados acima.
Existem casos específicos em que o ceratocone não apresenta sintomas. No entanto, quando eles aparecem, podem variar de acordo com o grau do ceratocone.
Até alguns anos atrás, a única maneira de tratar o ceratocone era amenizando os sintomas através do uso de óculos e quando ele não era mais suficiente, era necessário utilizar lentes especiais, fabricadas especialmente para esta função.
Atualmente, existem tratamentos avançados, como o implante de anel intracorneano, um procedimento no qual é colocado uma prótese de acrílico na córnea, que regula a curvatura dessa estrutura.
Para diagnosticar o ceratocone são realizados exames como a ceratometria, que serve para medir a curvatura da córnea; a tomografia de córnea; e a paquimetria corneana, que mede a espessura da córnea na área central.
Além disso, o médico oftalmologista vai avaliar o histórico familiar e o histórico médico do paciente, e realizar exames para avaliar o estado do olho e da córnea.
O avanço da tecnologia e da medicina já permite oferecer tratamentos capazes de recuperar a qualidade de vida dos pacientes que possuem ceratocone.
Quanto antes o diagnóstico, melhores serão as condições e as chances de tratar de modo a devolver a normalidade à rotina dos pacientes.
A realização de exames anuais ao oftalmologista ajudarão diretamente a detectar e tratar com antecedência as doenças, aumentando as chances de recuperação. Não deixe de fazer esse acompanhamento para manter a saúde dos seus olhos em dia!
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